Conto: O Mistério da Mulher de Branco

Uma versão bem sinistra de uma das lendas urbanas mais conhecidas.


O Mistério da Mulher de Branco

O belo vestido branco de Celeste foi manchado pelo sangue que escorria por todo seu corpo. 

O bebê já estava em posição de parto, pronto para conhecer o mundo e foi retirado ventre de sua mãe. Celeste não conseguir esboçar qualquer reação em meio a tanta dor e tanto sangue que escorria por cima do túmulo. 

A criança recém nascida sob circunstâncias tão trágicas e dolorosas sou eu. 

Minha mãe ainda consciente foi abusada sexualmente e não agüentando os ferimentos e o desespero ao ver seu filho ser retirado daquela maneira acabou falecendo. 

Joaquim me deixou ainda bebê do lado do corpo de minha mãe, acreditando que eu fosse morrer durante a noite, mas sobrevivi, pois fui encontrado logo pela manhã por funcionários do cemitério. 

Joaquim foi preso pouco tempo depois e confessou tudo. O plano de assassinato foi armado pelo meu pai que era amigo do dono da empresa onde minha mãe trabalhava e também de Joaquim. 

Meu pai era colega de Joaquim e ambos dividiam o mesmo ponto de táxi e nunca mais foi encontrado e eu por ironia do destino me tornei um taxista, na esperança de reencontrar minha mãe. 

Eu sei que o que dizem sobre a temida Mulher de Branco é verdade, pois ela não cumpriu sua missão em vida. 

Dia após dia tentei de todas as maneiras encontrar o espírito de minha mãe perdido entre os túmulos do cemitério até que desiste, mas até que um dia conheci um centro de umbanda que me ajudou e muito... 

Realizamos vários trabalhos até que em uma noite de lua cheia assim como no dia do assassinato dela, eu tive a pior experiência de minha vida. 

Eis que fui chamado para uma corrida de táxi próximo as 11 da noite, o local não era dos mais estranhos, mas também não era dos mais comuns. Muito próximo de uma velha fábrica abandonada, que por coincidência era onde minha mãe trabalhava. 

Nunca vi nenhuma foto de Celeste, pois meu pai desapareceu com todos os objetos dela antes de fugir. 


Em meio à escuridão eis que a cliente toda de branco e com um olhar profundo acompanhado de sua pálida pele me falou que precisava ir para casa. Prontamente lhe perguntei o endereço, mas ela apenas foi me indicando o caminho. 

Próximo ao cemitério ela me pediu para parar e segui-la aí então notei que aquela misteriosa mulher poderia ser minha mãe. 

Calado a segui e para entre os túmulos fomos. E sem pronunciar uma única palavra ela apenas indicou uma lápide onde constava o nome de minha mãe: Celeste. 

O meu desejo estava realizado, mas eu não sabia o que estava para acontecer. Celeste não era mais a mesma, e os trabalhos que realizei fez com que seu espírito retornasse ainda mais voraz e em busca de seu bem mais precioso: Eu. 

O espírito de minha mãe me olhava profundamente até que num instante muito rápido escutei um grito aterrorizantemente alto, profundo que atingiu o interior de minha alma, que senti ser sugada por uma força maligna. Sem forças cai, mas logo levantei e comecei a correr em direção ao táxi. 

Aparentemente a temida Mulher de Branco, ou simplesmente minha mãe, havia desaparecido. 

Apavorado acelerei muito, e depois de alguns minutos quando olhei pelo retrovisor vi Celeste no banco de trás e novamente um grito semelhante ao do cemitério foi emitido. Sem rumo e sem visão meu táxi capotou. Sofri um grave acidente e ainda me lembro do rosto de celeste me observando entre as ferragens do veículo até a chegada dos bombeiros. 

Minha mãe busca minha alma, pois fomos separado de forma brutal, a tentativa de ela me levar foi em vão e infelizmente fiquei paraplégico. Em diversos rituais místicos consegui contato com seu espírito que repleto de maldade diz que me buscará eternamente. 

Desde então me escondo, até que em um dia um telefone da polícia solicitou para que eu fosse até um necrotério, pois um corpo precisaria ser reconhecido. Ninguém menos que meu pai estava ali, um canalha que provocou todas estas tragédias, mas que minutos antes de sua morte disse meu nome aos policiais. 

Meu pai faleceu de acidente de carro, muito parecido com o meu e dizia apavorado que sua finada esposa foi a culpada. 

Celeste desde então vaga por inúmeros locais em busca de meu espírito e não descansará enquanto não me encontrar e até que isso aconteça ela continuará fazendo vítimas e mais vítimas que se arriscam em dar caronas ou abrir as portas de seus táxis em noites de lua cheia, pois ela só entra se for convidada. 

Sei que sua vingança foi concretizada, só que ainda lhe falta algo: Eu. 

Nunca serei encontrado, me recolhi em um local que ninguém nunca suspeitará e aos desavisados só desejo Boa Sorte, ela é má, não se engane!


Dica da minha amiga Zeneide 

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